1 – Estando os projectos da 2ª (cerca de 1 milhão de euros) e 3ª (cerca de 6 milhões de euros) fases do Almargem prontos desde o último semestre de 2005 porque é que o orçamento de 2006 da Câmara Municipal de Santarém não previu qualquer investimento na Ribeira de Santarém para continuação do Almargem?
2 – Se o objectivo era contrair um empréstimo para financiar obras na Ribeira de Santarém, porque razão durante todo o ano de 2006 não se fez essa proposta?
3 – Porque se diz às pessoas que se o empréstimo de 6 milhões de euros tivesse sido aprovado na Assembleia Municipal de 29 de Dezembro as obras se iniciariam em 2007 quando ainda não se lançaram quaisquer concursos (o que demorará entre 6 a 8 meses para se concretizar) para a realização das mesmas?
4 - Será que se quer justificar o nada ter feito desde Outubro de 2005 até agora, na Ribeira de Santarém, com estas encenações de forma a transferir responsabilidades?
Presumo que o deputado municipal Pimenta Braz quisesse esclarecer a posição dos eleitos do Partido Socialista na Assembleia Municipal quando foi impedido, de uma forma inaceitável, de o fazer. Mas vamos a alguns factos, sem fazer juízos de valor que deixaremos ao critério do leitor.
A Lei do Orçamento de Estado para 2006 previa a possibilidade das Câmaras Municipais recorrerem a empréstimos bancários sem contarem para a capacidade de endividamento, se o objectivo fosse a habitação social, a renovação de áreas urbanas degradadas e a reabilitação de equipamentos destruidos por incêndios. No entanto, só no dia 18 de Dezembro surge uma proposta na Câmara Municipal de Santarém, quando outras Cãmaras Municipais o fizeram em tempo oportuno. No dia 20 de Dezembro, foram aprovados por unanimidade na Câmara Municipal a autorização para contrair dois empréstimos, mas apenas um é agendado para a reunião da Assembleia Municipal de 29 de Dezembro. Porquê? Esquecimento ou estratégia?
O Partido Socialista não reprovou qualquer proposta de empréstimo. A Ribeira de Santarém não perdeu qualquer meio financeiro que possa estar à sua disposição. Nada impede o actual executivo de voltar a propor a mesma matéria, desta vez enquadrado no Orçamento de Estado de 2007. Aliás ,se o que está em causa é a Ribeira de Santarém, porque razão nada se fez em 2006? E porque razão não se lançam imediatamente concursos para as obras do projecto Almargem? Importa lembrar que as candidaturas aos fundos comunitários só poderiam e só poderão ser efectuados em fase de adjudicação da obra, logo sem concurso não haverá adjudicação e não poderão existir financiamentos comunitários. Só por manifesta má vontade ou ignorância é que não se reconhecerá o investimento efectuado pela Câmara a que presidi num contexto financeiro bastante difícil.
A democracia permite o confronto de ideias e não a possibilidade de só alguns apresentaram os seus argumentos. Mesmo que os argumentos não sejam aceites, o mínimo que se deve exigir num órgão do poder local democrático é que os diferentes pontos de vista sejam expostos a bem da liberdade e dos valores pelos quais Salgueiro Maia lutou.
Rui Pedro de Sousa Barreiro
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