MAIS PS, ACREDITAR NO FUTURO!

Comissão Política Concelhia de Santarém:cpc.ps.santarem@gmail.com


12/28/2006

A PROMOÇÃO DO CONFLITO - UMA ESTRATÉGIA PARA O CONCELHO E PARA A REGIÃO

O PSD e o Dr. Moita Flores souberam em pouco tempo construir em Santarém uma poderosa Máquina de Comunicar.
Trata-se de um instrumento político altamente profissionalizado e orientado para a obtenção de ganhos imediatos, sem pudores nem constrangimentos. A sua lógica de actuação e de comunicação, simples e por isso eficaz, assenta em apenas quatro pilares:
· Mentir para noticiar.
Esta medida assenta na construção/invenção de factos políticos altamente mediatizáveis e na divulgação dos mesmos, culpando de todos os males o anterior executivo socialista.
Esta é uma autêntica cortina de fumo, accionada sempre que o poder corre o risco de ser desvendada alguma incapacidade para resolver problemas estratégicos e estruturais;
· Divulgar para não resolver.
Depois de divulgada a “bronca” e encontrados os “responsáveis”, já não é preciso fazer mais nada porque os objectivos foram alcançados, tendo os “culpados” sido trucidados na Praça Pública perante a complacência da comunicação social;
· Destruir para salvar.
A sobrevalorização de pequenos erros e da sua resolução através de ligeiras emendas que são enaltecidas como se da descoberta do Caminho Marítimo para a Índia se tratasse, ou a forma despudorada como obras concebidas, projectadas e financiadas no último mandato, vão aparecer, apenas com pequenas alterações nas roupagens, como soluções altamente inovadoras do actual executivo;
· A promoção de festas Pimba.
Uma inquestionável força geradora de afectos faceis e de um encantamento pacóvio, capaz de congregar uma legião de incautos orientada para objectivos básicos e primários como o bairrismo exacerbado;
A par desta actuação centrada no concelho, o Dr. Moita Flores tem promovido, a nível regional e em clara consonância com a Distrital do PSD, um deprimente e aguçado processo de vitimização.
O propósito é claro: destruir a credibilidade do Partido Socialista e dos seus mais conceituados e prestigiados autarcas bem como fazer implodir a coesão interna das mais importantes associações e empresas onde, ao longo dos últimos anos, o Município de Santarém tem encontrado apoio e desenvolvido estratégias de desenvolvimento. Fala-se, claro, da CULT e do CNEMA.
É muito importante manifestarmos publicamente a nossa insatisfação pela forma ardilosa e deliberada como o Sr. Presidente da Câmara tem actuado em relação à Direcção da CULT.
O resultado era previsível e para Moita Flores o desejável. Da sua actuação resultou a morte anunciada da empresa Águas do Ribatejo.
Este será um rude golpe no desenvolvimento do concelho de Santarém, pondo em causa um investimento de 30 Milhões de euros (6 milhões de contos) em saneamento básico e renovação da rede de águas, que o anterior executivo tinha garantido para ser concretizado nos próximos quatro anos.
Este resultado é também desastroso para toda a região, pondo em causa o trabalho desenvolvido por muitos Presidentes de Câmara do Partido Socialista e assentando que nem uma luva na estratégia de descredibilização dos eleitos do PS.
Sendo por demais evidente que a quebra de solidariedade com os restantes municípios que integram a CULT, pode conduzir Santarém a um isolacionismo indesejável, numa época em que a interacção regional é um imperativo para um desenvolvimento integrado e sustentável, então que estranhos e obscuros objectivos justificam este ataque de Moita Flores e do PSD à Direcção da CULT e à empresa Águas do Ribatejo?
Que estranhos e obscuros objectivos justificam este ataque de Moita Flores e do PSD a uma organização que ainda enquanto Associação de Municípios, sempre foi determinante para o desenvolvimento de Santarém e da região da Lezíria do Tejo?
Que estranhos e obscuros objectivos explicam a consonância de ataques de Miguel Relvas e Moita Flores à coesão da CULT e aos seus objectivos estratégicos?
Menorizar a CULT face à CUMT, pôr em cheque a Lezíria face ao Médio Tejo, criar artificialmente um conflito regional para impedir uma eventual reunificação numa única Comunidade Urbana, o Ribatejo e o Oeste?
Provar, pela previsível futura dificuldade em resolver o problema das águas e do saneamento, que a gestão autárquica social-democrata é superior à socialista?
Tudo isto é, não só possível, como até muito provável.
Mas penso, sinceramente, que só por si não valeria tanto esforço.
Outros valores e outros interesses existirão. Por outras políticas se movimentarão estes actores, porventura para um palco muito mais vasto, provavelmente para uma plateia muito mais ampla. O tempo o dirá.

Santarém, 27 de Dezembro de 2006
Luís Fonseca


PS:
No anterior mandato autárquico a CDU votou contra a existência da empresa Águas do Ribatejo, por alegadamente, ser, sob o ponto de vista ideológico, contrária à privatização das águas.
Neste mandato a CDU votou contra o aumento de capital da empresa Águas do Ribatejo, o que na prática significou a morte desta empresa Intermunicipal e a sua substituição por uma empresa Municipal que substituirá os SMS.
Veremos o seu comportamento futuro e avaliaremos a sua coerência, quando for votada em Sessão de Câmara a participação de um parceiro privado na “futura” Empresa Municipal das Águas e Saneamento do Concelho de Santarém (EMASCS).
Se a CDU for coerente, continuará a votar não, o que significa que a EMASCS é filha uma morte anunciada…

12/26/2006

Às voltas com as águas

Estamos na época natalícia; aqui ficam algumas palavras para reflexão retiradas da “Análise da Inteligência de Cristo” de Augusto Jorge Cury:

“O Mundo pára para comemorar o seu nascimento no final de Dezembro, mas a maioria das pessoas não tem consciência de como Ele foi uma pessoa magnífica e surpreendente. Depois de Ele ter passado por esta sinuosa e turbulenta existência, a humanidade nunca mais foi a mesma. Se o mundo político, social e educacional tivesse vivido minimamente o que Cristo viveu e ensinou, as nossas misérias teriam sido extirpadas, teríamos sido uma espécie mais feliz...”

Que o Natal lhe tenha trazido tudo o que desejou. A solidariedade deve continuar no resto do ano e muitas vezes quem precisa está ao nosso lado.
Bom Ano de 2007

Vamos às questões locais. Neste mesmo espaço fiz a pergunta: “A quem quer o Presidente da Câmara entregar os Serviços Municipalizados de Santarém?”

Coloquei a questão atendendo ao que se passava no processo Águas do Ribatejo. Sempre me pareceu óbvio que, ao contrário de algumas declarações públicas, o que Moita Flores pretendia era retirar Santarém daquele processo a todo o custo. Todos os episódios que vieram a público depois da escolha do parceiro privado apontavam para este resultado. Era uma espécie de “crónica de uma morte anunciada”.Independentemente dos prejuízos para o Concelho e para a Região. Passado mais de um ano confirmou-se o que afirmámos várias vezes. Na última reunião do executivo municipal aparece, sem estar agendado previamente, a proposta de criação de uma empresa de águas e saneamento só com Santarém!! Mas com um parceiro privado! Não vamos hoje aqui colocar os nossos argumentos. Teremos oportunidade para o fazer mais tarde. Na Câmara e aqui! De qualquer forma acabou por se “matar” o processo “Águas do Ribatejo”. Por maioria ( e em democracia tem que se respeitar, mesmo não concordando) com os votos contra do PS e os votos favoráveis do PSD e da CDU decidiu-se não aceitar o aumento do capital social proposto pela CULT para a constituição da Empresa. Na prática esta decisão significa a saída de Santarém das “Águas do Ribatejo” com prejuízos elevados para a Região e para o Concelho. Vamos tentar perceber quem beneficiará desta decisão. O Futuro o dirá!

Sabemos que era um processo inovador e único no país que foi posto em causa. Sabemos que o investimento era essencial para a resolução, no curto prazo, dos problemas de saneamento básico que o Concelho ainda tem. Sabemos que já passou mais um ano e não se fizeram os investimentos previstos (30 milhões de euros em 4 anos). Sabemos que a ser aprovada esta proposta de Moita Flores, pelo menos mais um ano se passará e continuar-se à a gastar meios financeiros noutras áreas, deixando o saneamento do concelho para trás! Se é verdade que há projectos que são quase irreversíveis (por exemplo o da Póvoa-Verdelho) em baixa, não podemos esquecer que o saneamento básico precisa de ETAR's e portando de financiamento para o sistema em alta e em baixa. Vamos ver o que irá acontecer ao Fundo de Coesão e ao Feder
Considera Moita Flores que o Cartaxo tem razão e que a razão do Município do Cartaxo lhe permite sair das Águas do Ribatejo sem qualquer ilegalidade, injustiça ou falsidade. Considera ainda que a Empresa está atrasada e que só em finais de 2008, princípios de 2009 estará constituída. Temos que perguntar quem atrasou a constituição da empresa? Competirá aos visados (Cartaxo e restantes municípios da CULT) contraditar ou não o que Moita Flores argumenta. No entanto, cabe-nos a nós dizer que não vale a pena escamotear outra realidade, seja qual for a nova empresa a constituir em que Santarém esteja presente e considerando o concurso público internacional dificilmente o processo estará concluído mais cedo. E já agora, se o Fundo Coesão é importante, não será certamente só para a Água. O do Saneamento não é importante e mais significativo para Santarém?
A nossa posição foi,é e será a de defesa intransigente dos interesses do Concelho. Não aceitamos lições de quem não tem sequer autoridade moral para as dar.

Rui Pedro Barreiro

12/21/2006

Apócrifas Proeminências

Chegou pejado de outras tentativas frustradas. Convidado pelo PSD, aceitou uma última diligência para se alcandorar ao poder que lhe faltava: o político. Ofereciam-lhe Santarém, terra que nunca antes se lhe tinha cruzado no caminho. O risco era óbvio, mas ínfimo. Na verdade, uma nova derrota seria facilmente justificada, num concelho que durante trinta anos tinha sido sempre fiel ao PS e onde o PSD tinha esgotado todo o seu filão de candidatos autárquicos. Ao natural desgaste de uma governação do Partido Socialista de 30 anos, juntou então o seu cabalístico protagonismo mediático – onde a comunicação social lhe passa uma misteriosa vassalagem – à estrutura local laranja.
Contra as suas próprias expectativas, ganhou o combate.
O Dr. Moita Flores era finalmente um vencedor no mundo da política. Era Presidente de uma Câmara Municipal. Hellas!
Perplexo com o resultado, logo tirou conclusões precipitadas. Imaginou que, afinal, os autóctones seriam gente de fracos recursos intelectuais, falhos de óbvia inteligência estratégica, débeis nas tão necessárias e custosas elucubrações geniais e, sobretudo, a necessitarem de um urgente banho de civilização e cultura de liberdade.
Quem mais do que o próprio e ilustre guionista, conhecedor como ninguém dos meandros artísticos lisboetas, eivado de convicções profundas sobre as suas inatas capacidades, iluminado pelas luzes como nenhum outro, para por em ordem estes escalabitanos pobres e néscios, vitimas de uns rapazitos do PS, desconhecedores da habilidosa inteligência que o convívio na capital lhe tinha cinzelado?
O PSD vergou-se-lhe, cativo de uma vitória que, com o tempo, percebeu que não era toda sua. Já a CDU, deslumbrada com as migalhas de poder que lhe tem calhado, reflecte uma felicidade que não consegue esconder. O ex-comunista parece conhecê-la como ninguém.
Tudo lhe parecia correr bem.
Toda a sociedade escalabitana lhe parecia domesticada.
Mas há um senão. Uma pedra irritante no seu sapato que o deixa fora de si. O Dr. Moita Flores tem afinal uma preocupação. Ou melhor, tem uma única preocupação: o PS de Santarém.
O Dr. Moita Flores está preocupado com o PS do concelho de Santarém: não o conseguiu domesticar. Ao contrário do que esperava, resultado dos céleres e judiciosos planos que imaginou, o PS não se vergou. Não lhe prestou vassalagem e, sobretudo, não lhe reconhece superioridade. Nenhuma mesmo.
O PS tem vindo, sistematicamente e desde o início do ano, a denunciar as manobras que o Dr. Moita Flores arquitecta, destinadas mais ao seu projecto de poder, que ao serviço das populações, mais à superficialidade, que à essências dos problemas, mais aos holofotes da comunicação social, que ao trabalho estrutural e silencioso. Tudo se traduz, numa incomensurável política “bola de sabão”, que rebenta e nada deixa, que ofusca e nada produz.
Desde o início de 2006 que o PS tem vindo a afirmar que o Dr. Moita Flores queria acabar com as Águas do Ribatejo. E ele assim o fez. Que queria formar uma empresa onde ele fosse o promotor. E ele assim o vai fazer. Mas o Dr. Moita Flores queria mais:
· impaciente, entrou em guerra aberta com o CNEMA, com o intuito final de construir um alibi para alijar a participação da autarquia naquela entidade;
· imperturbável, alegou que os sobreiros impediam a construção de um parque desportivo, mas ajuizou de seguida que as mesmas árvores permitiriam a instalação de indústrias;
· efusivo, deitou à rua milhares de euros numa campanha publicitária censurável, que se traduziu em dois atavios esteticamente lamentáveis – os pórticos da fealdade;
· benfazejo, continua a submergir o concelho com festas e artistas, meio natural onde se move, esperando que da dança se adormeçam os sentidos;
· desenvolto, desenvolveu uma mudança de chefias na autarquia, as quais seriam – naturalmente - indesculpáveis se realizadas pelo PS.

Mas o que o Dr. Moita Flores não sabe é que vai continuar preocupado. Preocupado porque o Partido Socialista vai continuar sereno. Sereno, mas firme. Fitando-o nos olhos, demonstrando que mais do que a espumas dos dias, o que fica é a perenidade do trabalho. Mais do que a linguagem indelicada, o que vinga é a nobreza das ideias. Mais do que o espectáculo mediático, o que sobra é a certeza das convicções.
O PS continuará na senda da sua tradição: firme e intrépido. Discordaremos com frontalidade, debateremos sem desfalecer, mas sempre, sempre com lealdade e em plena liberdade. A tal liberdade com que o Dr. Moita Flores enche a boca, que plasma em cartazes e que apregoa em mediévicas e estridentes campanhas.
A nós, Partido Socialista, basta-nos exercer essa liberdade, basta-nos vivê-la, basta-nos ser actores anónimos de um tempo onde ela já está, felizmente, desde há muito entranhada.
Mas o PS tem tempo. Tem o tempo necessário que lhe dá a certeza das suas convicções. Sim, porque não obstante o ruído, o tempo, esse mesmo tempo, é o grande mestre da vida.

Pimenta Braz