A rotunda dos campinos constitui, infelizmente, uma pura metáfora do que tem sido a gestão do PSD e do Dr. Moita Flores à frente dos destinos do Concelho de Santarém. Além de mal enquadrada – visto que ninguém vê o espelho de água –,a escultura que nela foi colocada, em vez de simbolizar uma homenagem às gentes do Ribatejo, demonstra a falência e a falácia da actual gestão camarária.
Os dois campinos – um sem pernas, num milagre de equilíbrio na sela e cujos cavalos já não têm cauda – e o desventurado toiro ou cabresto - que se viu desprovido de rabo e chifre -, testemunham a gestão falhada e incompetente do Município. Na realidade, o Presidente da Câmara e o executivo PSD, à falta de capacidade e de substância estrutural na sua gestão, têm tentado ao longo destes anos, iludir as gentes de Santarém com festas de pompa e circunstância, com projectos megalómanos para embaciar os nossos olhos e com acontecimentos mediáticos que nos tentaram, inutilmente, hipnotizar. Assim é esta rotunda, assim é esta estátua, ambas construídas mais para exibição do regime, do que para um justo tributo a quem dele merece.
Senão vejamos: após o aparato da apresentação desta estátua, decorreu o normal silêncio do tempo, que trouxe à evidência a verdade nua e crua da falta de qualidade do conjunto. O tempo é mesmo o grande filtro da vida, sendo que a verdade, como diz o povo, “vem sempre ao de cima”. Todavia, tal como está à vista nesta estátua, a verdade da incompetência da actual gestão da Câmara Municipal de Santarém, também está “vir ao de cima”, com as dívidas a dispararem, os credores a desesperarem, as Juntas de Freguesia sufocadas e o nosso Concelho a regredir a olhos vistos. A verdade desta rotunda, é a verdade da gestão da autarquia escalabitana: incompetência.
Em vez de um projecto bem pensado com uma correcta inserção paisagística e topográfica, temos uma representação falhada. Em vez de materiais resistentes e indiscutíveis, que fornecessem uma genuína dignidade à estátua que encima a rotunda, temos antes um material débil e de fraca qualidade, de fácil degradação, que nos tentou iludir como se de bronze se tratasse.
Em suma, esta rotunda demonstra um indigente desacerto nos materiais utilizados, um deficiente enquadramento do projecto e uma inadequada construção. Falta pois qualidade a todo o conjunto, tal como falta qualidade à gestão camarária do Dr. Moita Flores e do PSD.
Na verdade, a gestão camarária de Santarém, que deveria ter primado pela qualidade – a qual se traduz na resolução dos problemas das pessoas -, tem privilegiado a ostentação, o anúncio cíclico de projectos irrealizáveis, insistindo nos acontecimentos espampanantes na comunicação social para enganar a população de Santarém e, assim, encobrir a pobreza do desempenho do seu Presidente.
Esta rotunda e esta estátua constituem uma fiel metáfora da actuação do Dr. Moita Flores e do PSD à frente dos destinos de Santarém. Nesta rotunda, já não são campinos que a encimam; já não existe um orgulhoso toiro que alegra os campos do Ribatejo. Não. Nesta rotunda estão três ilusões esfarrapadas de alguém que um dia tentou fazer crer às gentes de Santarém que, além de competente, também era Ribatejano.
Esta rotunda e esta débil e aviltada estatuária, são o espelho da má qualidade que o actual Presidente e respectivo executivo camarário um dia emprestaram à gestão da Câmara Municipal de Santarém. São enfim, um espelho da má relação que sempre tiveram com a verdade.
7 de Novembro de 2011
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