MAIS PS, ACREDITAR NO FUTURO!

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5/17/2011

Reflexão do Camarada José Carlos Antas

Quero com estas palavras apenas expressar a minha opinião, como militante socialista e cidadão interessado e preocupado. Os resultados das eleições presidenciais no passado mês de Janeiro, deverão servir de assunto para reflexão não só do Partido Socialista, mas de todos os outros partidos políticos do nosso país.

Este sufrágio sendo de enorme importância, dado que elege a figura de Estado de maior relevo na cadeia hierárquica nacional, teve uma elevada percentagem de abstenção. Isto é preocupante, pois reflecte o desinteresse e a descrença dos portugueses no sistema político vigente e nos seus intervenientes. Temos de repensar a forma de como actuar na sociedade e na vida pública, de como transmitir da melhor maneira a nossa mensagem ideológica, os nossos projectos, os nossos programas.

As campanhas eleitorais são antecedidas com uma intensa actividade pré-organizativa que vai trazendo os temas mais polémicos para a comunicação social, calculando posteriormente os seus efeitos com os barómetros fornecidos pelas empresas de sondagens. Hoje em dia, parece que interessa dizer que os outros adversários são piores que nós, porque falharam neste ou naquele aspecto, em vez de salientarmos que nós somos melhores porque apresentamos propostas mais realistas, adequadas e funcionais que irão trazer uma melhoria para a sociedade.

É importante estabelecer com os cidadãos uma comunicação transparente, positiva e aliciante em vez de remexer em assuntos paralelos, pessoais e obscuros que quase sempre acabam por gerar outros por parte dos adversários, numa cadeia negativa que arrasta o dialogo democrático e participativo para uma mera discussão sem objectivo.

Deste modo as pessoas afastam-se da política, mesmo em tempo de crise, sendo o voto uma das armas disponível ao cidadão-eleitor, uma grande percentagem dos portugueses abdica deste direito porque não vê alternativa nos símbolos ou nos nomes que estão impressos nos boletins de voto.

Por outro lado, a política na sua essência mais pura, deveria ser livre de interesses e clientelismos, e os políticos, de certo modo com algum altruísmo, deverão colocar-se ao serviço público, dando o melhor de si para o bem comum. Porém esta ideia, talvez um pouco exagerada para os dias que correm, está muito longe da realidade, muitos são os casos ao longo destes 36 anos de democracia que as pessoas que estão em cargos públicos “se servem” em vez de servir e isto afasta quem é honesto e simples da política e aproxima aqueles que sem escrúpulos também querem um pedaço.

Sinceramente, espero que as coisas mudem. Como optimista que sou, tenho esperança que Portugal consiga superar mais um momento de crise na sua história e demonstre com espírito de combate e sacrifício e que o Partido Socialista seja uma dessa forças catalisadoras positivas. Não posso com a derrota anunciada, acho que os portugueses embrandeceram com os subsídios da União Europeia e agora que a torneira está a fechar-se temos TODOS de acordar deste estado de letargia e arregaçar as mangas para trabalhar e melhorar cada vez mais este país que se encontra na periferia de uma Europa cada vez mais centralizada.

Uma palavra no âmbito regional…

A Concelhia do PS Santarém, tem se esforçado ao longo do seu mandato que, muita vez é comparado à travessia do deserto e tem oferecido o corpo às balas a um adversário político que ofende pessoalmente quem com ele não concorda. Porém, a nossa cidade continua como que adormecida num inebriante estado de sonolência, permitindo o que outrora em mandatos do PS não permitiria ou que pelo menos, iria protestar de forma veemente. A demagogia mediática de uma figura que aparenta simpatia e rectidão, mas que gere de uma forma aparentemente inconsequente a autarquia, tem chegado e sobrado para os cidadãos escalabitanos que, na sua maioria, parecem alheados.

Penso que o trabalho da Concelhia tem sido bastante positivo, procurando o contacto com as freguesias, elaborando um diagnóstico de problemas que afectam cada uma delas e ainda tentando manifestar-se através da comunicação social regional com comunicados pertinentes e ajustados. Todavia, a enorme dificuldade pelo atrás exposto, agravado pelo facto de o Partido Socialista estar no Governo em tempos de crise o que, naturalmente, causa desgaste da imagem pelas medidas tomadas e pelo próprio tempo que está no poder, vão trazer mais dificuldades no “trabalho de campo” de contacto directo com os cidadãos aos socialistas de Santarém.

Na minha opinião, a abordagem no meio externo ao Partido tem de ser persistente e inteligente, apontar soluções concretas e objectivas, denunciar as situações de gestão ruinosa e de compadrio nas empresas municipais e de outros aspectos que haja conhecimento, como por exemplo dos subsídios fantasma às associações, mas não de uma forma demasiadamente agressiva, mas firme e clara para que não hajam dúvidas da veracidade dos factos.

No meio interno do Partido, fomentar o debate, as moções estratégicas, linhas de acção, as ideias para o futuro de uma autarquia e respectivas freguesias que irão ter muito trabalho no futuro. Estarmos atentos e interventivos no processo de regionalização e de nova reorganização do território com os factores dimensão, população e serviços a serem determinantes para uma justa composição de cada região e respectivas freguesias.

É apenas uma simples reflexão que carece de uma maior profundidade e mais informação sobre os assuntos em concreto, mas que pretende alertar para alguns problemas e dificuldades actuais tentando dar um pequeno contributo, se assim o entenderem, para ponderação da Concelhia.

José Carlos Antas

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