MAIS PS, ACREDITAR NO FUTURO!

Comissão Política Concelhia de Santarém:cpc.ps.santarem@gmail.com


10/31/2006

Conferência de Imprensa da Comissão Politica Concelhia

BALANÇO DE UM ANO DE MANDATO


A Comissão Politica Concelhia congratula-se com a realização em Santarém do XV Congresso Nacional do Partido Socialista nos próximos dias 10, 11 e 12 de Novembro. Trata-se de um evento que dignifica Santarém e que vem dar a conhecer ao País uma outra vertente das potencialidades do CNEMA.


1. Passados mais de doze meses desde a tomada de posse do actual executivo da Câmara Municipal de Santarém, a Comissão Política Concelhia de Santarém do Partido Socialista (CPC/STR) entende ser o momento de fazer um balanço de um ano de mandato e realçar o que de bom e de menos bom ocorreu neste período de tempo.

2. A Comissão Política Concelhia congratula-se pelo trabalho, espírito de colaboração e postura dos eleitos do Partido Socialista na Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Juntas e Assembleias de Freguesia.
Uma palavra especial de apreço para todos Presidentes de Junta de Freguesia do Concelho, pela dedicação e empenho que têm colocado na defesa dos interesses das populações.

3. Do lado positivo não podemos deixar de referir a acção desenvolvida em torno da problemática do Rio Alviela, promovendo-se a inevitabilidade de despoluir o rio e de requalificar as suas margens. É um tema que tem de ser mantido na ordem do dia, pelo que o Partido Socialista reafirma a sua total disponibilidade para colaborar na procura de soluções que conduzam à despoluição do Rio Alviela.

Nesse sentido entendemos ser de retomar uma proposta que já no anterior mandato defendemos junto da Administração Central: a criação de um Programa financiado por fundos comunitários (tipo Valtejo) destinado à requalificação da bacia do Alviela, recuperando a ETAR de Alcanena, despoluindo o Rio e requalificando as suas margens dotando-as de novas valências lúdicas e desportivas nas freguesias ribeirinhas, nomeadamente nas freguesias de Vaqueiros, Pernes, S. Vicente do Paul e Vale de Figueira.

Positivas foram igualmente as conclusões das obras iniciadas no mandato anterior, como sejam: o Jardim do Vale de Santarém, o Largo do Rossio de Pernes, os Espaços Verdes em S. Domingos e na Rua Adelaide Félix nas freguesias de S. Nicolau e Marvila, bem como a Estrada Real e o Pavilhão Desportivo da Escola Mem-Ramires.

4. Pela negativa, e sem querermos ser exaustivos, consideramos de particular relevo o seguinte:
- Uma postura de arrogância e de conflituosidade e uma forma de fazer política assente em propaganda e imagem;
- A suspensão ou abandono de obras importantes para o Concelho;
- Opções politicas erradas em tempos de dificuldades financeiras.
Quanto ao primeiro ponto são por demais conhecidos os conflitos com a Direcção da CULT e com o CNEMA, para não falar nas frequentes insinuações e tentativas de desacreditar na praça pública os Vereadores do Partido Socialista.

As consequências deste tipo de postura do executivo do Dr. Moita Flores e do PSD estão ainda por apurar, em particular no que diz respeito à CULT e ao processo Águas do Ribatejo. A seu tempo, e em defesa dos interesses de Santarém, o Partido Socialista pedirá responsabilidades a quem de direito.

No que diz respeito à propaganda e imagem reconhecemos a capacidade do executivo do PSD para colocar Santarém nas páginas dos jornais. Pena é que na maioria das vezes as notícias surgem da criação e invenção de factos políticos que nada abonam em benefício de Santarém. De facto, o que o PSD tem pretendido é, com total demagogia, apresentar uma postura de falso moralismo, com o objectivo claro de menosprezar o trabalho desenvolvido pelos anteriores executivos socialistas.

Um exemplo desta forma de actuação política é a polémica em torno da estátua de Salgueiro Maia, tendo ficado claro que o objectivo foi tirar dividendos políticos. Criticou-se o facto de a estátua estar no armazém da Câmara, para depois se colocar a estátua no estaleiro de obras durante semanas. E para cúmulo da propaganda inaugurou-se um espaço longe de estar acabado.

O outro exemplo é o caso das ossadas do cemitério, onde ao invés de resolver se mediatizou o problema, como forma de desviar a atenção do facto de estarem já passados vários meses de responsabilidade do PSD na matéria. Fez-se inclusive participação ao Ministério Público, e é o próprio Ministério Público que ao arquivar o processo vem dizer que no meio de tantas pretensas ossadas, afinal não se provou que houvesse um único osso.

Relativamente à suspensão ou abandono de obras importantes para o Concelho:
- Não percebemos como é possível que o Jardim-de-infância da Romeira, que se previa entrar em funcionamento no Natal passado, continue ainda por concluir;

- Continuamos sem saber o que se pretende com a paragem há já quase um ano do Parque Desportivo Ladislau Teles Botas. Quanto vai custar ao Município esta paragem da obra? Entende o PSD que os campos de relva sintética que estavam em construção não são necessários? Entende mal quanto a nós. O PSD quer reformular o projecto mas, um ano depois, nem uma simples descrição do que se pretende foi apresentada ao Executivo Municipal.

- Doze meses passados e o Campo da Feira continua na mesma. Não se avançou com o concurso público para a primeira fase, aprovado ainda no anterior mandato e desperdiçou-se a oportunidade de termos um Festival de Gastronomia com melhores acessibilidades.
Com a desculpa de que não existe financiamento, a requalificação do Campo da Feira foi abandonada. Para o Partido Socialista a requalificação do Campo da Feira é uma prioridade, devendo ser canalizados esforços na procura dos necessários financiamentos.

- Relativamente ao Plano Director Municipal o PSD diz que nada estava feito mas depois faz-se uma apresentação pública com o trabalho efectuado no anterior mandato. Fazem-se promessas de que os novos perímetros urbanos estão concluídos e o que se constata é que, um ano passado, e tudo está na mesma.

As dificuldades financeiras da autarquia exigem contenção de despesas, devendo apostar-se numa gestão que privilegie os interesses básicos das populações. Não é isso que o executivo do PSD tem feito, antes tem privilegiado a imagem, a propaganda e as festas.

O actual executivo faz o discurso do miserabilismo mas gasta milhões de euros em palcos, em luz, em som, em publicidade, em propaganda, em imagem e em artistas, pagos na hora ou mesmo antes da Festa começar.

Ao mesmo tempo, no ano lectivo passado, recusou-se a gastar pouco mais de 25 mil euros no apoio em transportes dos alunos do 2º e 3º ciclo para as piscinas, retirando-lhes a possibilidade de terem aulas de natação.

Prometeu o PSD a climatização de todas as escolas, estamos de novo com o Inverno à porta e nada se sabe do assunto. Não teria sido de maior interesse para as populações, que uma parte do dinheiro gasto em festas e propaganda o tivesse sido na climatização e melhorias das escolas do Concelho?

5. Bem sabemos que o PSD tem uma sábia desculpa para tudo o que de negativo possamos apontar. Para além da situação financeira da Câmara, que abordaremos a seguir, a culpa ou é do anterior executivo socialista, do governo socialista ou dos trabalhadores da Câmara. Atente-se na justificação dada a propósito da deficiente limpeza da Cidade: segundo o PSD a culpa é dos munícipes e principalmente dos trabalhadores dos SHL, querendo fazer esquecer que a razão se deve à sua própria incapacidade.

6. Desde o início do presente mandato que os Vereadores do Partido Socialista se têm disponibilizado para os necessários esclarecimentos sobre todos os dossiers e processos que transitaram do anterior mandato. Tem o PSD a maioria das vezes preferido colocar as dúvidas nas páginas dos jornais, sempre pinceladas de insinuações. Faz parte de uma estratégia de propaganda que os Munícipes de Santarém a seu tempo julgarão.

7. O Partido Socialista e os seus eleitos têm mantido um espírito de colaboração e uma postura dignas de um Partido que desenvolveu Santarém durante 30 anos. O que nos move é a defesa dos interesses de Santarém.

8. A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista congratula-se com a forma ponderada e responsável como os vereadores eleitos nas suas listas para a Câmara Municipal de Santarém têm pautado a sua actuação. A postura de colaboração que tem sido mantida durante estes doze meses contrasta claramente com uma postura de obstáculo sistemático que foi apanágio do PSD no anterior mandato.

Ao contrário do PSD que no anterior mandato votou contra todos os orçamentos e contra mais de 95% das alterações orçamentais, o PS viabilizou o orçamento e todas as alterações orçamentais.

Mesmo no que diz respeito às Empresas Municipais que, de forma errada, o PSD tenta dizer que a oposição inviabilizou, manifestamos a nossa disponibilidade para as avaliar de forma ponderada no sentido de encontrar consensos. Infelizmente não voltamos a ter oportunidade de discutir o assunto, por clara inércia do PSD.
Veja-se o exemplo da SRU, para a qual foi criado um grupo de trabalho, que reuniu uma vez em 6 meses, aguardando os representantes do PS e da CDU elementos a fornecer pelo executivo.

Sobre novos estudos e projectos, lamentamos não nos termos ainda pronunciado, já que ainda nenhum foi presente ao executivo.

9. Não podiamos terminar sem abordar a situação financeira da Câmara. É uma questão que obviamente preocupa o PS e os seus eleitos mas, sendo uma questão demasiado séria para o concelho, a sua abordagem deve ser feita com rigor e com cautela, pois é essa a melhor forma de defender os interesses do Município.

Tem o Partido Socialista mantido uma postura de colaboração, apresentando propostas e viabilizando instrumentos capazes de ultrapassar as dificuldades financeiras da Autarquia. É por esse caminho que queremos ir, assim o PSD o queira também.

10. Para concluir a Comissão Politica Concelhia não pode deixar de lamentar que durante estes primeiros doze meses de gestão PSD, tenha sido assumido por parte do Sr. Presidente da Câmara uma permanente e sistemática tentativa de desacreditar, às vezes mesmo achincalhar, os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista e os socialistas.

É frequente o recurso à insinuação e ameaça, quer seja em reuniões públicas ou em declarações à imprensa. Trata-se de um tipo de linguagem e estilo de fazer política que repudiamos e que só podemos entender como forma de esconder as fragilidades na gestão política da Autarquia.

Os Vereadores do Partido Socialista têm clara consciência do trabalho desenvolvido no anterior mandato. Um trabalho feito com empenho, dedicação e entrega à causa pública, do qual não têm que se envergonhar, razão pela qual assumiram com igual dedicação os seus lugares no actual executivo.

O nosso único propósito é a defesa dos interesses do Concelho, seja nas Juntas e Assembleias de Freguesia, na Assembleia Municipal ou no executivo.

Os Vereadores do Partido Socialista na Câmara Municipal de Santarém emitirão as suas opiniões, darão os seus contributos e continuarão a actuar, como têm feito até aqui, em total respeito pelas regras democráticas – ou não fosse Santarém a Capital da Liberdade após a colocação de dois caros pórticos em duas das suas entradas.

Os Vereadores do Partido Socialista não se deixarão atemorizar com insinuações e não cederão a ameaças, sejam elas de que tipo for.

Quem não deve não teme!

11. A Comissão Politica Concelhia do Partido Socialista espera e esperam todos os socialistas e Munícipes do nosso Concelho que o actual executivo mude de rumo, para que a melhoria das condições de vida em Santarém possa continuar a ser uma realidade tal como foi nos últimos 30 anos. O compromisso do PS é e será sempre com as populações do Concelho de Santarém.

30 De Outubro de 2006

A Comissão Politica Concelhia do Partido Socialista

"Só as palavras são, de certeza, boas” - W. B. Yeats “The Song of the Happy Shepherd”

Como em tudo na vida, temos bons e menos bons profissionais nas diferentes áreas. Infelizmente, também conhecemos o chamado “princípio de Peter à portuguesa”, isto é, se é incompetente, então promove-se . Esta situação acaba por provocar algum desânimo, muita desmotivação e provavelmente uma menor produtividade. Há certamente muitas razões para justificar o excelente desempenho de muitos portugueses além fronteiras e a menor “performance” de alguns portugueses que cá vivem e trabalham. Não vou entrar nessa discussão,até porque temos muitos e bons exemplos de excelência em Portugal.O que pretendo dizer é que é possível melhorar se também as nossas elites, os nossos dirigente, os nossos governantes melhorarem. Não podemos é ficar à espera que só os outros melhorem. Também nós, independentemente do grau de responsabilidade na sociedade, temos que procurar melhorar o nosso desempenho enquanto profissionais e enquanto cidadãos.


Foi recentemente notícia o assassínio de uma conceituada jornalista russa.
É uma situação inaceitável sob todos os pontos de vista. Não há democracia que sobreviva se os direitos elementares não forem respeitados.Uma jornalista respeitada pelos seus companheiros de profissão e admirada pelos seus leitores acaba por ser uma consciência crítica da sociedade onde está inserida.As graves suspeições sobre o envolvimento de alguns sectores neste crime devem deixar-nos preocupados!
Independentemente das melhores ou piores relações dos diferentes poderes com o jornalismo (onde como sabemos também é preciso separar o trigo do joio e onde também os poderes económicos e outros por vezes criam graves conflitos de interesse), não podemos esquecer que uma opinião pública esclarecida e crítica é fundamental para uma democracia verdadeiramente alicerçada e para criar cidadãos de corpo inteiro. O meu lamento e a minha solidariedade para a família e para a classe dos jornalistas.
O futebol português deu-nos mais uma alegria. Os nossos jovens conquistaram a possibilidade de brilharem no próximo europeu. Enquanto fã e sócio do Sporting fiquei muito satisfeito com a exibição da nossa selecção e dos jogadores do Sporting. Apesar desta alegria futebolística, não podemos esquecer os problemas do país e da nossa terra. Infelizmente, o PSD local não votou,no anterior mandato, favoravelmente a construção de dois campos sintéticos no futuro complexo desportivo Ladislau Botas e, neste mandato, suspendeu o projecto já adjudicado. Ainda estamos a tempo de recuperar duas infraestruturas fundamentais para a cidade que tinham financiamento comunitário. Aguardemos!
Não vou hoje retomar as hipóteses de reflexão que deixei ficar na última crónica. Há uma razão para isso. Passado um ano do novo executivo camarário estar em funções,temos de fazer um rápido balanço e infelizmente para o concelho de Santarém, não verificamos qualquer melhoria.
Temos constatado que há uma grande mestria na propaganda e na utilização da demagogia. Tem sido notável a capacidade de usar alguma comunicação social para fazer passar imagens completamente distorcidas da realidade. Basta lembrar, só a título de exemplo, as telenovelas totalmente ficcionadas a propósito da estátua de Salgueiro Maia ou das virtuais ossadas no cemitério. Agora, como nada se faz para além de muitas festas, apresentam-se “projectos novos” que nem são novos nem são projectos.
O problema não está nas inúmeras festas com artistas que fizeram a campanha eleitoral do PSD “gratuitamente”. O problema está no facto destes gastos serem feitos à custa de cortes nos investimentos necessários, na educação, nomeadamente nos transportes escolares ou nos transportes das nossas crianças para as piscinas municipais.
A incapacidade do actual executivo que “gere” a CMS em fazer avançar projectos concretos de desenvolvimento do concelho e que estavam em marcha, como o complexo turístico do Gualdim ou o Retail Park no CNEMA, são apenas dois dos muitos exemplos que, a juntar ao adiamento altamente gravoso da Empresa Águas do Ribatejo, demonstram que o concelho está a ser muito prejudicado. O actual governo tem servido de desculpa ao PSD para esconder a incapacidade até agora demonstrada. Tudo o que não se faz é culpa do anterior executivo ou do actual governo
Têm sido substituidos vários dirigentes da CMS com elevados custos financeiros e organizacionais. Até já foram substituidos alguns que tinham substituido outros! Ainda estamos no início do mandato e oxalá,para bem do Concelho, não seja possível fazer pior!
Por último, aqui ficam algumas recomendações de leitura:A Democracia, de Anthony Arblaster
Democracia e Participação, de Boaventura Sousa Santos
Ordem e Caos no Século XXI, de Robert Cooper

Rui Pedro Barreiro